Tuesday, October 03, 2006


CURIOSIDADES SOBRE DALTONISMO

O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores,manifestandp-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão no aparelho ocular ou de de lesão neurológica.

O distúrbio, que era desconhecido até ao século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era portador. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossoma X, ocorre mais frequentemente entre os homens (no caso das mulheres, será necessário que os dois cromossomas X contenham o gene anômalo).

Os portadores do gene anômalo apresentam dificuldade na percepção de determinadas cores primárias, como o verde e o vermelho, o que se repercute na percepção das restantes cores do espectro. Esta perturbação é causada por mau funcionamento dos cones existentes na retina, que não são capazes de processar a informação visual que identifica certas cores.

A retina humana possui três tipos de células sensíveis à cor, chamadas cones. Cada um deles é responsável pela percepção de um determinado sector do espectro luminoso, podendo haver uma certa sobreposição de certas regiões do espectro. Porém, generalizando, pode-se afirmar que essas faixas espectrais correspondem ao vermelho, ao verde e ao azul (cores primárias). Todos os outros tons existentes derivam da combinação dessas três cores. A tonalidade que se vê depende do modo como cada tipo de cone é estimulado. A luz azul, por exemplo, só é captada pelas células mais sensíveis a essa cor. No caso dos daltónicos, alguns desses cones não estão presentes em número suficiente para detectar correctamente a coloração ou então apresentam alguma alteração que impede o envio adequado das mensagens ao cérebro.

Tipos de daltonismo
O tipo mais comum de daltonismo é aquele em que a pessoa apresenta alterações na recepção da cor verde, chamado de deuteranomalia. Em segundo lugar estão aqueles que possuem dificuldades para captar a cor vermelha - protanomalia. Em número menor, existem daltônicos que possuem poucos receptores da cor azul, chamada de tritanomalia, que causa confusão entre essa cor e a cor amarela.

Um tipo raro de daltonismo é aquele em que as pessoas são completamente "cegas" para as cores: seu mundo é em preto e branco e tons de cinza. Nesse caso, se diz que a pessoa possui visão acromática.

Existem testes que permitem determinar se uma pessoa é daltônica e qual seu grau de deficiência na percepção de cores. O teste mais utilizado internacionalmente é o teste de Ishihara, onde cartões coloridos contendo números são exibidos permitindo a detecção do problema....

Genética
A mutação genética que provoca o daltonismo sobreviveu pela vantagem dada aos daltônicos ao longo da história evolutiva. Essa vantagem advém, sobretudo, do fato dos portadores desses genes possuirem uma melhor capacidade de visão noturna, bem como maior capacidade de visualizarem elementos ocultos, como um animal ou inimigo escondido na mata pela sua camuflagem. Diante desse quadro vantajoso, a seleção natural tratou de perpetuar essa alteração na visão.

Como o daltonismo é provocado por genes recessivos localizados no cromossomo X (sem alelos no Y), o problema ocorre muito mais freqüentemente nos homens que nas mulheres. Estima-se que 8% da população seja portadora do distúrbio, mas as mulheres correspondem a menos de 1% deste total.

No caso de um indivíduo do sexo masculino, como não aparece o alelo D, bastará um simples gene recessivo para que ele seja daltônico, o que não acontece com o sexo feminino pois, para ser daltônica, uma mulher precisa ter os dois genes recessivos dd.

Se a mãe não for daltônica nem portadora (DD) e o pai possuir visão normal (D), nenhum dos descendentes será daltônico nem portador.
Se a mãe possuir visão normal (DD) e o pai for daltônico (d), nenhum dos descendentes será daltônico, porém as filhas serão portadoras do gene (Dd).
Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai possuir visão normal (D), há a probabilidade de 50% dos filhos serem daltônicos e 50% das filhas serem portadoras do gene.
Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai for daltônico (d), 50% dos filhos e das filhas serão daltônicos.
Se a mãe for daltônica (dd) e o pai possuir visão normal (D), todos os filhos serão daltônicos (d) e todas as filhas serão portadoras (Dd).
Se a mãe for daltônica (dd) e o pai também (d) 100% dos filhos e filhas também serão daltônicos.
Diagnóstico

Figura do teste de Ishihara, método utilizado para diagnosticar o daltonismo. O número 8 somente é vísivel para as pessoas de visão normalExistem três métodos para se diagnosticar a presença do daltonismo e determinar em que grau ele está afetando a percepção das cores de uma pessoa:

Anomaloscópio de Nagel - Consiste em um aparelho onde o indivíduo que vai ser examinado tem seu campo de visão dividido em duas partes. Uma delas é iluminada por uma luz monocromática amarela, enquanto a outra é iluminada por uma diversas luzes monocromáticas verdes e vermelhas. O examidado deve tentar igualar os dois campos, alterando a razão entre a intensidade das luzes vermelha e verde, e modificando a intensidade da luz amarela.
Lãs de Holmgreen - Consiste na avaliação da capacidade de separar determinados fios de lã em diversas cores.
Teste de cores de Ishihara - Consiste na exibição de uma série de cartões pontilhados em várias tonalidades diferentes. Esse é o método mais frequentemente utilizado para se diagnosticar a presença do daltonismo, sobretudo nas deficiências envolvendo a percepção das cores vermelho e verde. Uma figura (normalmente uma letra ou algarismo) é desenhada em um cartão contendo um grande número de pontos com tonalidades que variam ligeiramente entre si, de modo que possa ser perfeitamente identificada por uma pessoa com visão normal. Porém um daltônico terá dificuldades em visualizá-la.
Como o teste de Ishihara não pode ser utilizado por crianças ainda não alfabetizadas, desenvolveu-se um método secundário onde os cartões, em vez de números e letras, contêm desenhos de figuras geométricas, como quadrados, círculos e triângulos, que podem facilmente ser identificados por crianças em idade pré-escolar.

Tratamento
Atualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para esse distúrbio. Porém, um daltônico pode viver de modo perfeitamente normal, desde que tenha conhecimento das limitações de sua visão. O portador do problema pode, por exemplo, observar a posição das cores de um semáforo, de modo a saber qual a cor indicada pela lâmpada.

Como na idade escolar surgem as primeiras dificuldades com cores, sobretudo em desenhos e mapas, os pais e professores devem estar atentos ao problema, evitando constranger e traumatizar a criança. Pode ser frustrante para uma criança ter a certeza de que está vendo algo em determinada cor, enquanto todos os colegas e a professora afirmam que ela está errada.

Adaptações
Para um daltônico, navegar em websites coloridos da Internet pode ser uma experiência não muito agradável. Alguns textos podem estar ilegíveis, de acordo com o esquema de cores utilizado. Devido ao grande número de deficientes para cores e a existência de dificuldades para navegar pela Web, há uma tendência das empresas pensarem com mais seriedade na criação de páginas que sejam acessíveis a todos.

Algumas cidades já possuem semáforos adaptados para os portadores de daltonismo, que apresentam uma faixa branca ao lado da luz amarela, possibilitando ao daltônico distinguir qual a cor do sinal aceso pela posição da luz (acima ou abaixo da faixa).

Lápis de cores podem ter o nome de cada cor gravada em seu corpo de modo a facilitar sua identificação.

Curiosidades

Os daltônicos são incapazes de discernir as sete cores de um arco-írisO daltonismo pode representar uma vantagem evolutiva sobre as pessoas portadoras de visão normal, tal como descrito num artigo publicado pela BBC Online. [1]
Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge demonstrou que algumas formas de daltonismo podem, na verdade, proporcionar uma visão mais aprimorada de algumas cores.
Durante a 2ª Guerra Mundial se descobriu que os soldados daltônicos tinham mais facilidade para detectar camuflagens ocultas na mata.
Os daltônicos possuem uma visão noturna superior a de uma pessoa com visão normal.
Eles também são capazes de identificar mais matizes de violeta que as pessoas de visão normal.
A maioria dos daltônicos não sabem que possuem esta anomalia.
A percepção das cores varia muito de uma pessoa com daltonismo para outra.
O pintor Vincent van Gogh sofria de daltonismo.
A incidência de daltonismo é maior entre os descendentes de europeus.
Os daltônicos vêem, em média, entre 500 a 800 cores.
Normalmente as cores prediletas de quem tem esta alteração genética são o azul ou roxo, por serem cores vivas.
Para os daltônicos o arco-íris não possui 7 cores.

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